2006-01-30

Passas por mim, para onde vais?

O ar não é nada senão
um corpo feito de vento.
Um errante ser secreto
apressado e sem matéria,
não é nada, é quase nada,
uma mão-cheia de céu.
Discretamente vagueia,
invisíveis os seus contornos,
descarnado o seu corpo que
murmura palavras de silêncio.
A frescura da transparência
desliza como um iceberg de luz,
um abraço de claridade
que se estreita na manhã.
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