John Updike, um poema de Tiago Nené
JOHN UPDIKE
Morreu sem um critério rigoroso.
Não se poderá dizer que tenha sido a lei da vida
ou a lei da morte
ou uma derradeira e infinita
composição da urgência.
Hoje morreu-lhe o corpo, morreu porque assim
disseram os médicos, porque assim
disse o seu pulso frágil como o equilíbrio
da terra, e porque agora é o tempo que o respira.
Hoje morreu-lhe o corpo, repito em voz alta.
E isso é tudo o que,
da perspectiva da nossa memória incompleta,
precisamos de saber.
Tiago Nené
(in Instalação, obra a ser lançada em 2009)
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